POESIA E EDIÇÃO: MAP

Tive a honra de ser invocado para escrever uma poesia sobre o Mercado de Arte Popular de Feira de Santana para esta edição lindíssima de 2021 do Festival Aquarius, "A Feira de Lucas", com apoio financeiro da Prefeitura de Feira de Santana através da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer via Lei Aldir Blanc. Festival esse idealizado e produzido por bichas pretas e periféricas, uma galera talentosíssima que sabe o peso da importância da arte. Fui também o responsável pela edição do vídeo, anexado logo abaixo, com filmagens e narração assinadas pela artista feirense Yumê. Honrado e grato, afinal eu amo o MAP, cresci tendo esse espaço e essa geografia como um refúgio. Segue o meu afeto:

MAP

No coração da Princesa do sertão
bate no centro
um lugar que é vivo e belo
tal artéria tem cor
tem cheiro
tem som 
e tem nome!
O Mercado de Arte Popular lateja muito da história e da preciosidade que se faz o corpo e o título de Princesa
bem ali, no caminho de tudo,
se alimenta,
se bebe,
se vende,
se compra,
se escuta,
se lê
e se cheira
de um tudo o que foi e o que é o Nordeste Brasileiro.
O sangue bombeia e dá vida a tudo ali.
Sangue esse de mistura e mistérios,
de luta,
sangue esse da cor do dendê.
Do peito desta princesa se escuta de perto o som dos berimbaus,
atabaques,
capoeira,
reggae,
samba,
rock,
forró,
e do conversê gostoso das filhas da Princesa que atentas sempre têm o que oferecer.
As paredes desse coração são pintadas de memórias das encruzilhadas 
De Lucas Evangelista dos Santos e Maria Quitéria. 
Por isso, quando nesse peito encostar, nesse centro, se demore.
Tem novidade do céu ao chão. 
Tem riso, fantasia, cordel, poesia viva que se veste, come e escuta!
E tem fuxico também, desses que decora casas e ouvidos.
Dá pra dizer de um tudo da Feira de Lucas,
só não dá pra dizer que no mercado não tem arte.
Mercado de Arte Popular de Feira de Santana.
O coração da Princesa do Sertão.
Vida longa a esse coração arremendado que existe e resiste! 



 

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